Por Luis Lapo, Chief Risk Officer
Imagine o seguinte cenário: condições socioeconômicas trazendo desafios nunca vistos antes, exigindo que um grupo de pessoas criem soluções inovadoras, que consigam superar o status quo e crescer de forma bastante acelerada, trazendo benefícios para todos os envolvidos e para a sociedade.
Ao ler essa frase certamente pensamos em uma startup atual. Mas na verdade, isso descreve um fato ocorrido há quase 180 anos, final do período conhecido como “a primeira revolução industrial”, onde um grupo de pessoas conseguiu criar um modelo de negócios inovador e que deu origem às cooperativas modernas que conhecemos hoje.
Durante todo esse período, as cooperativas se desenvolveram e cumpriram um papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico local e, o mais importante, sem perderem seus princípios básicos. Passaram pelas segunda e terceira revolução industrial, e agora têm a oportunidade de entrar com o pé direito no período em que os economistas estão chamando de quarta revolução industrial, ou indústria 4.0.
Toda revolução industrial pode ser caracterizada pelas grandes inovações que foram incorporadas em determinado período, proporcionando mudanças significativas que podem ser observadas através de melhorias de processos e produtos, normalmente amparados por novas tecnologias.
A quarta revolução industrial será pautada pelas soluções digitais, pela integração de diversos tipos de tecnologia, pelo uso massivo de dados, pelo uso de inteligência artificial e pela conectividade de máquinas, processos, pessoas e plantas. A velocidade das mudanças acontecerá num ritmo cada vez mais acelerado, fazendo com que a adoção dessas novas tecnologias crie vantagens competitivas para os que as adotam, mas também crie um ambiente onde muitas empresas e modelos de negócios irão desaparecer, principalmente para aqueles que demorarem em se adaptar rapidamente aos novos tempos.
Acreditamos que exista uma grande oportunidade para intercâmbio de aprendizados entre startups e cooperativas, pois apesar de ambas possuírem em suas raízes a inovação e disseminação de novas tecnologias, ainda existe uma diferença muito grande no estilo em como lidar com as incertezas e com a adoção de inovações, principalmente as inovações que fogem dos padrões até hoje conhecidos. Por esse motivo, ainda existe muito valor que pode ser capturado por meio do trabalho conjunto entre cooperativas e startups.
No caso da Traive, que desenvolve soluções financeiras com o propósito de democratizar o acesso ao financiamento agropecuário, temos clareza do potencial desse trabalho conjunto, e também das dificuldades de quem precisa fazer a adoção de novas tecnologias que alteram o modelo tradicional de análise e tomada de decisão, mesmo com os inúmeros impactos positivos associados a essas mudanças. Para superar esses desafios, a Traive oferece soluções completas, que reduzem a necessidade de interação com vários agentes e diferentes fornecedores de tecnologia, minimizando custos de transação, a complexidade da escolha e o trabalho, por parte das cooperativas, para implementarem essa tecnologia.
As soluções completas fornecidas pela Traive ajudam a minimizar a necessidade de equipes altamente especializadas para promover a adoção desse tipo de inovação. Porém, um dos grandes limitadores ainda é a resistência ao novo, ou seja, é preciso estar aberto para entender sobre as novas tecnologias e preparado para aceitar as mudanças que virão após sua adoção. Isso não significa perder a essência do cooperativismo, pelo contrário, é uma forma de garantir que ele sobreviva à essa e às próximas revoluções que estão por vir.