O mercado agrícola é um dos pilares da economia brasileira, representando uma parte significativa do PIB e empregando milhões de pessoas em diversas cadeias produtivas.
No entanto, nos últimos anos, o setor tem enfrentado desafios sem precedentes, culminando em um aumento surpreendente do número de pedidos de recuperação judicial. Um caso emblemático é o da Agrogalaxy, que acumulou uma dívida de R$ 4,67 bilhões.
Este é apenas um exemplo de um cenário preocupante. Neste texto, queremos lançar luz sobre as dificuldades que os produtores rurais e os distribuidores do agro estão enfrentando, colocando em evidência a necessidade de uma gestão financeira mais robusta e estratégias de mitigação de riscos.
O que entra na recuperação judicial?
A recuperação judicial é um instrumento jurídico que permite que uma empresa, em dificuldades financeiras, reestruture suas dívidas sob a proteção da Justiça. O principal objetivo desse processo é evitar a falência total, proporcionando uma oportunidade para que a empresa se reorganize e retome suas atividades de maneira sustentável.
A recuperação judicial pode envolver diversas etapas, como:
- Renegociação de dívidas com credores financeiros: reestruturação dos empréstimos bancários e financiamentos em condições mais favoráveis, como prazos estendidos e taxas reduzidas.
- Negociação com fornecedores: redefinição das condições de pagamento com fornecedores de insumos agrícolas, sementes, fertilizantes e maquinário, visando melhores prazos e, às vezes, descontos ou carências.
- Acordos trabalhistas: acordos de pagamento com empregados para evitar demissões e garantir o funcionamento das operações. Isso pode incluir parcelamento de salários atrasados ou acordos de quitação de verbas rescisórias.
- Adequação de contratos de arrendamento: em muitos casos, o agronegócio depende de terras arrendadas, e esses contratos podem ser renegociados para aliviar o fluxo de caixa.
- Suspensão temporária de obrigações tributárias: proposta de prorrogação ou parcelamento de impostos em atraso junto aos governos federal, estadual e municipal, o que pode exigir autorização judicial específica.
- Renegociação de dívidas com cooperativas e associações: ajuste das obrigações financeiras junto a cooperativas e associações agrícolas, que são muitas vezes parceiras essenciais para o escoamento da produção e compra de insumos.
- Venda de ativos não-essenciais: identificação e venda de máquinas, equipamentos e propriedades que não são críticos para a operação, como forma de levantar recursos para reduzir o endividamento.
- Financiamento adicional: em alguns casos, a empresa pode buscar novos investidores ou linhas de crédito específicas para empresas em recuperação, com o objetivo de financiar o plano de recuperação.
- Plano de gestão de caixa: estabelecimento de um planejamento rigoroso de controle de caixa e gestão de fluxo de capital, especialmente para garantir a continuidade das safras e ciclos de produção.
Para o agronegócio, onde as sazonalidades e os ciclos de produção são comuns, esse tipo de recuperação pode ser crucial, mas também complexo, pois envolve a negociação de condições específicas que atendam às particularidades do setor. Vamos aprofundar a seguir.
O aumento dos pedidos de recuperação judicial no agronegócio
Nos últimos anos, os pedidos de recuperação judicial no agronegócio cresceram significativamente. Dados recentes mostram que muitas empresas e indústrias do setor têm enfrentado dificuldades financeiras.
Além do caso da Agrogalaxy, que comentamos no começo do texto, empresas como o Grupo Patense, a Sperafico Agroindustrial e a Usina Maringá somam uma dívida de mais de R$12 Bi em Recuperação Judicial. E essas são apenas as 10 maiores RJs de 2024.
Fatores como o aumento dos custos financeiros, as mudanças climáticas e as dificuldades no acesso ao crédito estão na raiz desse problema. Por exemplo, a alta nos preços dos insumos, como fertilizantes e combustíveis, têm pressionado as margens de lucro, enquanto as variações climáticas afetam diretamente a produção.
Além disso, as taxas de juros elevadas dificultam o financiamento das operações, levando muitas empresas a recorrerem à recuperação judicial como último recurso.
Essa realidade não compromete apenas a saúde financeira das empresas, mas também afeta toda a cadeia produtiva do agronegócio, gerando um efeito dominó que pode impactar o emprego e a economia regional.
Leia também: Inadimplência no agronegócio: o cenário é preocupante?
Consequências da recuperação judicial no agronegócio
O pedido de recuperação judicial traz diversas implicações para as empresas do setor agrícola. Embora a recuperação possa oferecer uma chance de reorganização, ela também pode resultar em um estigma que prejudica a reputação da empresa e do mercado como um todo.
As consequências não se limitam apenas à imagem da empresa, a recuperação judicial pode também comprometer a capacidade de obter crédito rural no futuro. Os credores tendem a ser mais cautelosos em relação a todas as empresas e produtores do segmento. Grandes Recuperações Judiciais, como a da Agrogalaxy, instauram incerteza, o que resulta em mais prudência para toda e qualquer nova solicitação de crédito.
É nesse ponto que a Traive se destaca, ajudando os credores a serem mais precisos na avaliação do risco de crédito. Por meio de ferramentas avançadas de análise e gestão de crédito, a Traive possibilita que credores identifiquem potenciais sinais de alerta em empresas ou produtores que possam estar à beira de um pedido de recuperação judicial.
A situação da AgroGalaxy ilustra que, independentemente do porte ou segmento, qualquer empresa pode ser vulnerável a dificuldades financeiras, ressaltando a importância de uma gestão de crédito com análises mais criteriosas, que avaliem o contexto do solicitante individualmente.
Prevenir riscos, então, é essencial em um contexto de crise como a vivida pelo agronegócio neste momento.
Análise de risco em um contexto de inadimplência e processos de RJ
Em cenários onde a possibilidade de inadimplência é elevada, a análise de risco de crédito se torna uma ferramenta essencial para os credores. Esse processo não apenas ajuda a medir o risco associado à concessão de crédito, mas também a tomar decisões mais estratégicas e embasadas, reduzindo impactos negativos no portfólio da empresa.
Ao mesmo tempo que é bastante lucrativo, o agro é intrinsecamente suscetível a riscos por estar especialmente vulnerável a fatores imprevisíveis, como mudanças climáticas, variações no mercado de commodities e políticas governamentais.
Com o alarmante cenário de rRecuperações judiciais no agronegócio em 2024, a análise de risco não é apenas uma ferramenta preventiva — é um diferencial competitivo.
Em um ambiente econômico incerto e dinâmico, entender profundamente os riscos associados a cada operação de crédito é vital para proteger o capital, otimizar a gestão do fluxo de caixa e garantir sustentabilidade financeira a longo prazo.
A plataforma da Traive entra como uma solução essencial nesse contexto. Ela permite que credores avaliem o risco de inadimplência de forma detalhada, com base em dados robustos e inteligência artificial, analisando o perfil das empresas ou produtores.
Isso ajuda a identificar sinais de alerta e tomar decisões mais precisas sobre concessões de crédito, principalmente em casos onde há risco de processos de recuperação judicial.
Com a Traive, credores podem mitigar os efeitos de possíveis inadimplências e manter a saúde financeira de seus negócios em um setor tão dinâmico e desafiador como o agronegócio.
Soluções Traive para um cenário de recuperações judiciais
A Traive se destaca no setor agrícola ao oferecer soluções de financiamento e consultoria financeira que atendem aos principais desafios do agronegócio por meio de três pilares essenciais:
- Menos risco: nossa plataforma especializada em análise de crédito proporciona uma visão completa e precisa do risco, permitindo decisões de crédito fundamentadas e seguras;
- Governança: facilitamos a gestão integrada do processo de concessão de crédito, promovendo uma governança robusta e bem organizada;
- Mais liquidez: estruturamos operações de financiamento que aumentam a liquidez, possibilitando a comercialização ágil de recebíveis e otimizando o fluxo de caixa dos distribuidores e produtores rurais.
A Traive oferece uma combinação de operações padronizadas, operações customizadas e serviços de consultoria:
- Operações padronizadas: soluções flexíveis e adaptadas ao agronegócio, incluindo:
- CRA RCF em Dólar;
- Linha de Financiamento GAN para Insumos Biológicos;
- Linhas de Financiamento com Garantia por Créditos Inadimplidos;
- Linhas de Financiamento para Pecuária;
- Linhas de Financiamento para Silos e Armazéns
- Operações customizadas: estruturas financeiras personalizadas para atender demandas específicas do setor, como:
- Fundos/CRA Multicedente ou Exclusivo;
- Comercialização ágil de recebíveis qualificados.
- Serviços de consultoria: suporte especializado, como:
- Consultoria de Crédito;
- Enriquecimento de Base para Qualificação de Carteira.
Com uma análise de dados robusta e tecnologia avançada, a Traive permite que credores tenham uma visão extremamente detalhada do cenário, promovendo uma gestão de risco eficaz e sustentável para todo o ecossistema agro.
Essas ferramentas não apenas ajudam as empresas a se manterem solventes, mas também oferecem uma estrutura que permite uma melhor organização das finanças, reduzindo riscos na concessão de crédito agrícola.
Proteja o futuro da sua empresa!
A gestão de risco na concessão de crédito, a governança e a liquidez são fundamentais para a sustentabilidade das operações. Credores no agronegócio devem adotar uma abordagem proativa em suas finanças, utilizando ferramentas e soluções que ajudem a minimizar riscos.
A Traive oferece uma gama de produtos financeiros estruturados que podem melhorar a saúde financeira e a sustentabilidade das operações agrícolas.
Se você faz parte do grupo de empresas que está enfrentando desafios financeiros ou deseja otimizar sua gestão, entre em contato com a Traive e descubra como nossas soluções de financiamento podem transformar a saúde financeira do seu negócio.
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